Foto: Carla Nascimento

Em meio às ruas do Centro Histórico de Santos, uma casa de fachada azul vibrante chama atenção não apenas pela cor ousada, mas pelo rico conjunto arquitetônico que revela traços de uma época áurea da cidade. Construída no início do século XX, a residência é um exemplar do ecletismo arquitetônico, estilo que combina elementos clássicos, neoclássicos e art nouveau — fruto direto da influência europeia que marcou o período do ciclo do café.

Passei pelo Centro, entre as casas antigas e a atmosfera carregada de memórias, meus olhos foram imediatamente atraídos por uma casa azul. Era antiga, com janelas altas, molduras trabalhadas e uma fachada que parecia sussurrar histórias. Fiquei encantada.

As casas antigas são mais do que meras estruturas; são testemunhas silenciosas de histórias, culturas e transformações arquitetônicas. Ou seja, cada detalhe sendo, nas portas de madeira e porões que às vezes eram parte de lojas ou até mesmo um adendo da casa. A especificidade como as pilastras nos telhados, as cores desbotadas pelo tempo carregam um pedaço de vida que já passou, mas que insiste em permanecer presente.

Elas têm alma. O tempo não as apaga, apenas acrescenta camadas de significado. As imperfeições se tornam charme, as marcas do tempo, identidade. E é justamente essa autenticidade que nos comove. Afinal, caminhar por esses espaços é como visitar outra época, outro ritmo de vida.

A casa azul que vi hoje não era apenas bonita, era poética. Em meio ao concreto e ao trânsito do “Centro Velho”, ela me fez parar, respirar e lembrar que há beleza naquilo que resiste. Ela remete que nem tudo precisa ser novo para ser valioso.

Carla Nascimento

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