A economia brasileira registrou crescimento de 1,6% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao último trimestre de 2024. Na comparação anual, o avanço foi ainda maior: 3,1%. Considerando os últimos 12 meses, o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 3,5%.
Os dados são do Monitor do PIB, pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada nesta segunda-feira (19). O estudo antecipa tendências do PIB oficial, publicado trimestralmente pelo IBGE.
O resultado de 1,6% já considera os ajustes sazonais, o que elimina variações típicas do calendário e permite uma análise mais precisa da evolução da economia.
Setores que impulsionaram o crescimento
A agropecuária teve papel de destaque no período, com alta expressiva de 12,2%. De acordo com Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, esse desempenho puxou o resultado geral da economia.
O setor de serviços, responsável pela maior fatia do PIB, também cresceu 1,3% no trimestre. Esse avanço reforçou o movimento de recuperação econômica iniciado após a estagnação registrada no fim de 2024, quando o crescimento foi de apenas 0,1%.
Outro ponto positivo foi o crescimento das exportações, que subiram 2,8%, especialmente com a contribuição dos produtos agropecuários.
Por outro lado, a indústria apresentou estagnação. Apesar de algumas atividades industriais terem crescido, a queda na indústria de transformação — segmento com maior peso no setor — segurou os resultados.
Tendências do consumo e dos investimentos
O consumo das famílias subiu 2,7% em relação ao primeiro trimestre de 2024. No entanto, esse ritmo mostra desaceleração, já que o crescimento foi menor do que o observado no trimestre anterior (3,7%).
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que mede os investimentos na economia, também seguiu tendência de queda. O crescimento foi de 6,9%, abaixo dos 10,8% registrados no terceiro trimestre do ano passado.
Valor do PIB e comparação com o Banco Central
A FGV estima que o PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2025 alcançou R$ 3,393 trilhões. Além do Monitor do PIB, outro indicador divulgado nesta segunda-feira reforça o cenário de crescimento: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Segundo o BC, a economia cresceu 1,3% na passagem do quarto trimestre de 2024 para o primeiro de 2025 e acumula alta de 4,2% em 12 meses.
Com esses dados, o Brasil mostra sinais consistentes de retomada econômica, mesmo diante de alguns setores com desempenho desigual. A continuidade desse ritmo, no entanto, dependerá da estabilidade dos investimentos e do consumo interno ao longo do ano.
Texto: Agência Brasil/Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil